Nosso assombroso Universo
POR milhares de anos, as pessoas se quedam admiradas diante dos céus estrelados. Numa noite clara, as lindas estrelas parecem jóias reluzentes, penduradas na escuridão do espaço. Uma noite enluarada enche a Terra com sua beleza singular.
Os que refletem sobre o que vêem amiúde ficam imaginando: ‘Exatamente o que existe lá no espaço? Como se acha organizado? Será que podemos descobrir como tudo isso teve início?’ As respostas a tais perguntas sem dúvida ajudariam a determinar com maior exatidão por que a Terra, com toda a sua vida humana e outras, veio a existir, e o que o futuro talvez nos reserve.
Há muitos séculos, pensava-se que o universo se compunha de alguns milhares de estrelas que podiam ser observadas a vista desarmada. Mas, atualmente, com poderosos instrumentos que podem perscrutar os céus, os cientistas sabem que existe muito, muito mais. Efetivamente, o que se tem observado é muito mais assombroso do que alguém poderia sequer imaginar. A mente humana fica pasma diante da imensidão e complexidade de tudo isso. Como comentado pela revista National Geographic (Revista Geográfica Universal), o que o homem agora aprende sobre o universo “o deixa atônito”.
Assombrosa Dimensão
Nos séculos recentes, os astrônomos que perscrutavam os céus com os primeiros telescópios observaram algumas formações nebulosas, semelhantes a nuvens. Presumiam tratar-se de nuvens próximas de gases. Mas, na década de 20, à medida que vieram a ser utilizados telescópios maiores, e mais potentes, estes “gases” provaram ser algo muito mais imenso e significativo: galáxias.
Uma galáxia é um amplo grupo de estrelas, de gás e de outra matéria que gira em torno dum núcleo central. As galáxias têm sido chamadas de universos-ilhas, pois cada uma delas é como um universo em si. Por exemplo, considere a galáxia em que vivemos, chamada de Via-láctea. Nosso sistema solar, isto é, o sol, a Terra e outros planetas, com suas luas, faz parte desta galáxia. Mas, trata-se de uma parte bem diminuta, pois nossa galáxia, a Via-láctea, contém mais de 100 bilhões de estrelas! Há cientistas que calculam pelo menos 200 a 400 bilhões. E certo editor de assuntos científicos chegou a declarar: “Poderia haver até de cinco a dez trilhões de estrelas na galáxia da Via-láctea.”
O diâmetro de nossa galáxia abrange tão ampla distância que, se conseguisse mover-se tão rápido quanto a velocidade da luz (300.000 quilômetros por segundo), seriam necessários 100.000 anos para atravessá-la! Quantos quilômetros significa isto? Bem, visto que a luz percorre cerca de 9,5 trilhões (9.500.000.000.000) de quilômetros por ano, multiplique isso por 100.000 e obterá a resposta: nossa galáxia, a Via-láctea, tem cerca de 950 quadrilhões (950.000.000.000.000.000) de quilômetros de diâmetro! Diz-se que a distância média entre as estrelas no âmbito da galáxia é de cerca de seis anos-luz, ou cerca de 58 trilhões de quilômetros.
É quase impossível para a mente humana dimensionar tal amplitude e distância. Todavia, nossa galáxia é apenas o início do que existe no espaço sideral! Existe algo ainda mais estonteante. É o seguinte: Atualmente já foram detectadas tantas galáxias que se tem dito que “são tão comuns como as lâminas de grama numa campina”. Há no universo observável cerca de dez bilhões de galáxias! Há, porém, muitas outras além do alcance dos atuais telescópios. Alguns astrônomos calculam que haja 100 bilhões de galáxias no universo! E cada galáxia pode conter centenas de bilhões de estrelas!
Aglomerados de Galáxias
Todavia, há algo mais. Essas assombrosas galáxias não estão espalhadas a esmo pelo espaço. Antes, estão comumente distribuídas em grupos definidos, chamados aglomerados, como uvas num cacho. Milhares de tais aglomerados galácticos já foram observados e fotografados.
Alguns aglomerados contêm relativamente poucas galáxias. Nossa galáxia, a Via-láctea, por exemplo, faz parte dum aglomerado de cerca de vinte galáxias. No âmbito deste grupo, existe uma galáxia “vizinha”, que pode ser vista sem telescópio, numa noite límpida. Trata-se da galáxia (nebulosa) de Andrômeda, que tem formato espiral, como a nossa.
Outros aglomerados galácticos são compostos de muitas dezenas, talvez centenas ou até milhares, de galáxias. Um de tais aglomerados, segundo se julga, contém cerca de 10.000 galáxias! A distância entre as galáxias no âmbito dum aglomerado, pode ser, em média, de cerca de um milhão de anos-luz. Entretanto, a distância de um aglomerado galáctico para outro pode ser cem vezes maior. E existe até evidência de que os próprios aglomerados estão dispostos em “superaglomerados”, como cachos de uva numa parreira. Que tamanho colossal e que primorosa organização!
Organização Similar
Chegando ao nosso sistema solar, verificamos outro arranjo dotado de excepcional organização. O sol, que é uma estrela de grandeza média, é o “núcleo” em torno do qual gravitam em órbitas precisas a Terra e outros planetas, com suas luas. Ano após ano, giram com tamanha precisão matemática que os astrônomos podem predizer exatamente onde estarão em qualquer tempo futuro.
Examinando as coisas infinitesimais — os átomos — vemos que existe a mesma precisão. Um átomo é uma maravilha de ordem, assemelhando-se à ordem do sistema solar. Inclui um núcleo que contém partículas chamadas prótons e nêutrons, cercadas por diminutos elétrons orbitantes. Toda matéria é constituída destes blocos de construção. O que faz com que uma substância difira da outra é o número de prótons e de nêutrons no núcleo, e o número e a disposição dos elétrons em sua órbita. Isto significa excelente ordem, visto que todos os elementos que constituem a matéria podem ser dispostos em exata seqüência segundo o número daqueles blocos de construção que contenham.
Que Há por Trás Desta Organização?
Conforme observamos, a dimensão do universo é verdadeiramente assombrosa. Também o é a sua maravilhosa disposição. Desde o infinitamente grande até o infinitesimalmente pequeno, dos aglomerados galácticos aos átomos, o universo se caracteriza por primorosa organização. Declarou a revista Discover (Descobrir): “Percebemos com surpresa a ordem, e nossos cosmologistas e físicos persistem em encontrar novos e estonteantes aspectos dessa ordem. . . . Costumávamos dizer que era um milagre, e ainda nos permitimos referir-nos ao inteiro universo como uma maravilha.” Esta estrutura ordeira é reconhecida até na palavra comumente empregada em astronomia para descrever o universo — “cosmo”. Certo dicionário a define como “o universo considerado no seu conjunto organizado e harmônico”.
O ex-astronauta John Glenn observou “a ordem de todo o universo ao redor de nós”, e que as galáxias estavam “percorrendo todas órbitas prescritas em relação umas às outras”. Assim sendo, indagou: “Poderia isto ter simplesmente acontecido? Foi por acidente que um punhado de destroços e de cargas alijadas subitamente começou a percorrer tais órbitas por sua livre vontade?” Concluiu ele: “Não posso crer nisso. . . . Algum Poder colocou tudo isto em órbita e o mantém ali.”
Deveras, o universo acha-se tão precisamente organizado que o homem pode utilizar os corpos celestes como base para cronometrar o tempo. Mas, qualquer relógio de bom design (projeto) obviamente é produto de uma mente ordeira que tem a capacidade de design. E só uma pessoa inteligente pode possuir uma mente ordeira capaz de criar designs. Então, que dizer do design muito mais complexo, e da fidedignidade que permeia o universo? Não exigiria isto também um especialista em design, um projetista, uma mente — inteligência? E tem qualquer razão para crer que a inteligência possa existir à parte duma personalidade?
Não podemos negá-lo: Primorosa organização exige um primoroso organizador. Nada em nossa experiência indica que algo organizado aconteça por acaso, acidentalmente. Antes, toda a nossa experiência na vida mostra que tudo que é organizado precisa de um organizador. Toda a máquina, computador, prédio, sim, até um lápis e papel, tiveram um fabricante, um organizador. Lógico é que a organização muito mais complexa e assombrosa do universo também tem de ter um organizador.
Havendo Leis, Tem de Haver um Legislador
Também, o inteiro universo, dos átomos às galáxias, é governado por leis físicas definidas. Há leis que governam o calor, a luz, o som e a gravidade, por exemplo. Como o físico Stephen W. Hawking disse: “Quanto mais examinamos o universo, tanto mais verificamos que não é de jeito nenhum arbitrário, mas obedece a certas leis bem-definidas que regulam diferentes áreas. Parece muito razoável supor que existam alguns princípios unificadores, de modo que todas as leis sejam parte de alguma lei maior.”
Wernher von Braun, especialista em foguetes, foi um passo adiante quando declarou: “As leis naturais do universo são tão precisas que não temos nenhuma dificuldade em construir naves espaciais para voar até a lua, e podemos cronometrar o vôo com a precisão duma fração de segundo. Estas leis devem ter sido estabelecidas por alguém.” Cientistas que desejam que um foguete orbite a Terra, ou a lua, precisam trabalhar em harmonia com tais leis universais, se hão de ser bem-sucedidos.
Quando pensamos em leis, reconhecemos que elas provêm duma entidade legisladora. Um sinal de trânsito que diga “PARE” certamente tem por trás alguma pessoa ou grupo que deu origem a tal lei. Que dizer, então, das leis abrangentes que governam o universo material? Estas leis, de brilhante concepção, por certo dão testemunho de um legislador supremamente inteligente.
O Organizador e Legislador
Após comentar todas as condições especiais de ordem e de lei tão evidentes no universo, a revista Science News (Notícias de Ciência) observou: “Contemplar tais coisas perturba os cosmologistas, porque parece que tais condições determinadas e precisas dificilmente poderiam ter surgido por acaso. Um modo de lidar com tal questão é afirmar que tudo foi imaginado, e atribuí-lo à Divina Providência.”
Muitos, inclusive muitos cientistas, não estão dispostos a admitir isso. Mas outros se dispõem a reconhecer aquilo que a evidência persiste em insistir — a inteligência. Reconhecem que tal colossal dimensão, a precisão e a lei que permeiam o universo jamais poderiam ser fruto do acaso. Todas estas coisas têm de ser produtos duma mente superior.
Esta é a conclusão expressa por um escritor bíblico, que disse a respeito dos céus literais: “Levantai ao alto os vossos olhos e vede. Quem criou estas coisas? Foi Aquele que faz sair o exército delas até mesmo por número, chamando a todas elas [até mesmo] por nome.” Identifica-se o “Aquele” como sendo “o Criador dos céus e o Grandioso que os estendeu”. — Isaías 40:26; 42:5.
Fonte de Energia
As leis universais governam a matéria existente. Mas, de onde surgiu toda a matéria? Em Cosmos, Carl Sagan afirma: “No início deste universo, não havia galáxias, estrelas ou planetas, vida ou civilizações.” Ele se refere à mudança desse estádio para o atual universo como “a transformação mais aterradora da matéria e da energia que tivemos o privilégio de vislumbrar”.
Esta é a chave para se entender como o universo poderia ter surgido: Deve ter envolvido uma transformação de energia e de matéria. Esta relação foi comprovada pela famosa equação de Einstein, E=mc2 (a energia é igual à massa vezes o quadrado da velocidade da luz). Uma conclusão derivada desta equação é que a matéria pode ser produzida da energia, assim como tremenda energia pode ser produzida da matéria. A bomba atômica comprovou esta última asserção. Deste modo, o astrofísico Josip Kleczek declarou: “A maioria, e possivelmente todas as partículas elementares, podem ter sido criadas pela materialização de energia.”
Assim, existe evidência científica de que uma fonte de energia ilimitada disporia da matéria-prima para criar a substância do universo. O escritor bíblico já citado observou que esta fonte de energia é uma personalidade viva e inteligente, afirmando: “Devido à abundância de energia dinâmica, sendo ele também vigoroso em poder, não falta nem sequer uma delas [i.e., os corpos celestes].” Destarte, do ponto de vista bíblico, esta fonte de energia infindável estava por trás do que Gênesis 1:1 descreve: “No princípio Deus criou os céus e a terra.”
O Princípio não Foi Caótico
Atualmente, os cientistas em geral admitem que o universo teve deveras um princípio. Destacada teoria que tenta descrever este princípio é conhecida como a Grande Explosão (Big Bang). “Quase todas as discussões recentes sobre a origem do universo se baseiam na teoria da Grande Explosão”, observa Francis Crick. Jastrow se refere a esta “explosão” cósmica como “literalmente o momento da criação”. Mas, como admitiu o astrofísico John Gribbin na revista New Scientist (Novo Cientista), embora os cientistas “afirmem, na maior parte, poder descrever em grandes pormenores” o que aconteceu depois deste “momento”, o que produziu “o instante da criação continua sendo um mistério”. E, cogita ele, “talvez Deus o tenha feito, afinal das contas”.
No entanto, a maioria dos cientistas não se dispõem a atribuir a Deus tal “instante”. Assim, diz-se geralmente que tal explosão foi caótica, como a explosão duma bomba nuclear. Mas, resulta este tipo de explosão em melhor organização? Produzem as bombas lançadas sobre as cidades durante as guerras quaisquer prédios de requintado projeto, ruas e sinais com leis de trânsito? Pelo contrário, tais explosões provocam destroços, desordem, caos, desintegração. E, quando o artefato explosivo é nuclear, a desorganização é total, conforme sentida pelas cidades nipônicas de Hiroxima e Nagasáqui em 1945.
Não, uma simples “explosão” não poderia criar nosso assombroso universo com sua surpreendente ordem, projeto e lei. Apenas poderoso organizador e legislador poderia dirigir as poderosas forças em operação, de formas que resultassem em primorosa organização e lei. Por conseguinte, a evidência científica e a razão fornecem sólido apoio à declaração da Bíblia: “Os céus declaram a glória de Deus, e a expansão está contando o trabalho das suas mãos.” — Salmo 19:1.
Portanto, a Bíblia encara de frente questões que a teoria evolucionista não abrange claramente. Em vez de nos deixar nas trevas quanto ao que está por trás da origem de todas as coisas, a Bíblia nos dá a resposta em termos simples e compreensíveis. Confirma as observações da ciência, bem como as nossas próprias, de que nada vem a existir por si mesmo. Embora nós, pessoalmente, não estivéssemos presentes quando o universo foi feito, torna-se evidente que tinha de ter um Magistral Construtor, como a Bíblia arrazoa: “Cada casa, naturalmente, é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus.” — Hebreus 3:4. Leia mais artigos procedentes!