A Bíblia — é realmente inspirada por Deus?
A Bíblia — é realmente inspirada por Deus?

A Bíblia — é realmente inspirada por Deus?

NENHUM homem pode predizer com exatidão o futuro nos mínimos detalhes. Isto está além da capacidade humana. Entretanto, o Criador do universo possui todos os fatos necessários, e pode até mesmo controlar os eventos. Assim, pode ser mencionado como Aquele que “desde o princípio conta o final e desde outrora as coisas que não se fizeram”. — Isaías 46:10; 41:22, 23.

A Bíblia contém centenas de profecias. Cumpriram-se elas com exatidão, até o dia de hoje? Se se cumpriram, isso seria notável indício de a Bíblia ser “inspirada por Deus”. (2 Timóteo 3:16, 17) E geraria confiança em outras profecias a respeito de eventos ainda por vir. Assim, será útil recapitularmos algumas das profecias já cumpridas.

A Queda de Tiro

Tiro era destacado porto marítimo da Fenícia que agira de forma traiçoeira para com o antigo Israel, seu vizinho meridional, que adorava a Jeová. Por meio dum profeta chamado Ezequiel, Jeová predisse a completa destruição de Tiro mais de 250 anos antes de isso acontecer. Declarou Jeová: “Vou fazer subir contra ti muitas nações . . . E elas certamente arruinarão as muralhas de Tiro e derrubarão as suas torres, e vou raspar dela o seu pó e fazer dela a lustrosa superfície escalvada dum rochedo. Enxugadouro de redes de arrasto é o que ela se tornará no meio do mar.” Ezequiel também mencionou nominalmente, de antemão, a primeira nação a cercar Tiro, e seu líder: “Eis que trago contra Tiro a Nabucodorosor, rei de Babilônia.” — Ezequiel 26:3-5, 7.

Conforme predito, Nabucodorosor (Nabucodonosor) realmente derrubou mais tarde a Tiro continental, The Encyclopœdia Britannica relatando “um sítio de 13 anos . . . efetuado por Nabucodonosor”. Depois do sítio, relatou-se que ele não tomou nenhum despojo: “Quanto ao salário, não se mostrou haver nenhum para ele.” (Ezequiel 29:18) Por que não? Porque parte de Tiro se achava numa ilha defronte a um canal estreito. A maior parte dos tesouros de Tiro tinha sido transferida do continente para essa parte insulana da cidade, que não foi então derrotada.

Mas a conquista por parte de Nabucodorosor não ‘raspou o pó [de Tiro], fazendo dela uma lustrosa superfície escalvada’ conforme Ezequiel predissera. Nem se cumpriu a profecia de Zacarias, que dissera que Tiro seria lançada “dentro do mar”. (Zacarias 9:4) Mostraram-se inexatas estas profecias? De forma alguma. Mais de 250 anos depois da profecia de Ezequiel e cerca de 200 anos depois da de Zacarias, Tiro foi totalmente destruída pelos exércitos gregos comandados por Alexandre Magno, em 332 AEC. “Com os detritos da parte continental da cidade”, explica a Encyclopedia Americana, “ele construiu enorme [estrada elevada] em 332, para ligar a ilha ao continente. Depois de um sítio de sete meses . . . capturou e destruiu Tiro”.

Assim, conforme Ezequiel e Zacarias predisseram, o pó e os detritos de Tiro acabaram deveras no meio da água. Tiro se tornou um rochedo escalvado, “um local para se estender as redes”, como comentou certo visitante do local. Assim, as profecias proferidas centenas de anos antes se cumpriram nos mínimos detalhes!

Ciro e a Queda de Babilônia

Notáveis, também, são as profecias relativas aos judeus e Babilônia. A História registra que Babilônia levou os judeus ao cativeiro. Todavia, cerca de 40 anos antes de isto acontecer, Jeremias o predisse. Isaías o predisse cerca de 150 anos antes de acontecer. Também predisse que os judeus retornariam do cativeiro. E igualmente o fez Jeremias, afirmando que seriam restaurados à sua terra depois de 70 anos. — Isaías 39:6, 7; 44:26; Jeremias 25:8-12; 29:10.

Foi a derrubada de Babilônia, por parte dos medos e persas, em 539 AEC que tornou possível este retorno. Isto foi predito por Isaías cerca de 200 anos antes de ocorrer, e por Jeremias cerca de 50 anos antes de consumar-se. Jeremias disse que os soldados babilônios não oporiam resistência. Tanto Isaías como Jeremias predisseram que as águas protetoras de Babilônia, o rio Eufrates, ‘tinham de secar-se’. Isaías até mesmo forneceu o nome do general persa conquistador, Ciro, e disse que diante dele ‘os portões [de Babilônia] não se fechariam’. — Jeremias 50:38; 51:11, 30; Isaías 13:17-19; 44:27; 45:1.

Heródoto, historiador grego, explicou que Ciro realmente desviou o curso do Eufrates, e “o rio baixou a tal ponto que o leito natural da corrente se tornou vadeável”. Assim, durante a noite, os soldados inimigos marcharam pelo leito do rio e penetraram na cidade, cruzando portas que tinham sido negligentemente deixadas abertas. “Caso os babilônios tivessem avaliado o que Ciro pretendia”, prosseguiu Heródoto, “teriam cerrado todas as portas ligadas às ruas que [davam] para o rio . . . Mas, pelo visto, os persas caíram sobre eles de surpresa e, assim, tomaram a cidade”. Em realidade, os babilônios tinham caído numa bebedeira, como a Bíblia explica, e como Heródoto confirma. (Daniel 5:1-4, 30) Tanto Isaías como Jeremias predisseram que Babilônia, por fim, transformar-se-ia em ruínas desabitadas. E foi isso mesmo que aconteceu. Atualmente, Babilônia é um conjunto desolado de montes de terra. — Isaías 13:20-22; Jeremias 51:37, 41-43.

Ciro também restaurou os judeus à terra natal deles. Mais de dois séculos antes, Jeová predissera a respeito de Ciro: “Ele . . . executará completamente tudo aquilo em que me agrado.” (Isaías 44:28) Fiel à profecia, depois de 70 anos, Ciro fez que os cativos retornassem à sua terra natal, em 537 AEC. (Esdras 1:1-4) Encontrou-se uma antiga inscrição persa, chamada de Cilindro de Ciro, que declara meridianamente a política de Ciro de fazer os cativos retornar às terras natais. “Quanto aos habitantes de Babilônia”, registra-se Ciro como tendo dito, “(também) reuni todos os seus (anteriores) habitantes e devolvi(-lhes) as suas habitações”.

Medo-Pérsia e Grécia

Enquanto Babilônia ainda era uma potência mundial, a Bíblia predisse sua conquista por um simbólico carneiro de dois chifres, que representava “os reis da Média e da Pérsia”. (Daniel 8:20) Segundo predito, a Medo-Pérsia tornou-se a seguinte potência mundial ao conquistar Babilônia em 539 AEC. Com o tempo, porém, “um bode dos caprídeos”, identificado como a Grécia, “passou a golpear o carneiro e a quebrar-lhe os dois chifres”. (Daniel 8:1-7) Isto se deu em 332 AEC, quando a Grécia derrotou a Medo-Pérsia e se tornou a nova potência mundial.

Observe o que se predisse a seguir: “E o bode dos caprídeos, da sua parte, assumiu ares de grandeza, em extremo; mas, assim que se tornou forte, foi quebrado o grande chifre, e passaram a subir de modo proeminente quatro em lugar dele.” (Daniel 8:8) Que significa isto? Explica a Bíblia: “O bode peludo representa o rei da Grécia; e quanto ao chifre grande que havia entre os seus olhos, este representa o primeiro rei. E este foi quebrado, de modo que por fim se ergueram quatro em seu lugar, haverá quatro reinos que se erguerão de sua nação, mas não com o seu poder.” — Daniel 8:21, 22.

A História mostra que este “rei da Grécia” era Alexandre Magno. Mas, após sua morte, em 323 AEC, o império dele foi por fim dividido entre quatro generais — Seleuco Nicátor, Cassandro, Ptolomeu Lago e Lisímaco. Assim como a Bíblia predissera, “por fim se ergueram quatro em seu lugar”. Todavia, como também foi predito, nenhum deles teve alguma vez o poder de Alexandre. Assim, mais de 200 anos depois de esta profecia ser registrada, começou a cumprir-se — outra confirmação notável da inspiração da Bíblia!
Predito o Messias

Especialmente notáveis são as dezenas de profecias bíblicas a respeito de Jesus Cristo. Comentou o prof. J. P. Free: “As probabilidades de todas estas profecias se cumprirem em um só homem são tão enormemente remotas que fica impressionantemente demonstrado que, de modo algum, podiam ser conjecturas sagazes de meros homens.”

O cumprimento de muitas destas profecias achava-se inteiramente além do controle de Jesus. Ele não podia, por exemplo, ter determinado nascer da tribo de Judá, ou ser descendente de Davi. (Gênesis 49:10; Isaías 9:6, 7; 11:1, 10; Mateus 1:2-16) Nem poderia ter manobrado os eventos que levaram a seu nascimento em Belém. (Miquéias 5:2; Lucas 2:1-7) Nem poderia ter programado ser traído por 30 moedas de prata (Zacarias 11:12; Mateus 26:15); para que seus inimigos cuspissem nele (Isaías 50:6; Mateus 26:67); para que zombassem dele enquanto estava pregado na estaca de execução (Salmo 22:7, 8; Mateus 27:39-43); para ser traspassado, mas não sofrer a fratura de nenhum osso do corpo (Zacarias 12:10; Salmo 34:20; João 19:33-37); e para que os soldados lançassem sortes para obter suas vestes (Salmo 22:18; Mateus 27:35). Estas são apenas algumas das muitas profecias cumpridas no homem Jesus.

A Destruição de Jerusalém

Jesus foi o maior Profeta de Jeová. Primeiro, observe o que ele disse que aconteceria a Jerusalém: “Teus inimigos construirão em volta de ti uma fortificação de estacas pontiagudas e te cercarão, e te afligirão de todos os lados, e despedaçarão contra o chão a ti e a teus filhos dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não discerniste o tempo de seres inspecionada.” (Lucas 19:43, 44) Jesus também disse: “Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos acampados, então sabei que se tem aproximado a desolação dela. Então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia.” — Lucas 21:20, 21.

Veraz à profecia, os exércitos romanos, sob Céstio Galo, subiram contra Jerusalém em 66 EC. Estranhamente, contudo, ele não conduziu o sítio até o fim, mas como relatou o historiador do primeiro século, Flávio Josefo: “Ele se retirou da cidade, sem nenhum motivo plausível.” Uma vez levantado inesperadamente o sítio, ofereceu-se a oportunidade de acatar as instruções de Jesus de fugir de Jerusalém. O historiador Eusébio relatou que foram os cristãos que fugiram.

Menos de quatro anos depois, em 70 EC, os exércitos romanos, sob o general Tito, voltaram e cercaram Jerusalém. Abateram árvores por quilômetros em redor, e construíram uma paliçada em torno da cidade, “uma fortificação de estacas pontiagudas”. Em resultado disso, comentou Josefo: “Cortou-se então toda esperança de escape por parte dos judeus.” Josefo observou que, depois de cerca de cinco meses de sítio, além de três torres e uma parte da muralha, o que restava “ficou tão plenamente rente ao chão . . . que não sobrou nada que fizesse aqueles que chegavam até ela crer que houve época em que tinha sido habitada”.

Cerca de 1.100.000 pessoas morreram durante o sítio, e 97.000 foram levadas cativas. Até o dia de hoje, pode-se ver em Roma um testemunho do cumprimento da profecia de Jesus. Ali está o Arco de Tito, erguido pelos romanos em 81 EC para comemorar a captura bem-sucedida de Jerusalém. Tal arco continua sendo um lembrete silencioso de que deixar de acatar os avisos da profecia da Bíblia pode levar ao desastre.

Profecias Que Se Cumprem Agora

Segundo a Bíblia, avizinha-se uma assombrosa mudança mundial. Da mesma forma como Jesus predisse eventos pelos quais as pessoas, no primeiro século, podiam cientificar-se da iminente destruição de Jerusalém, ele também predisse eventos pelos quais as pessoas, hoje em dia, podiam saber que se aproxima uma mudança mundial. Jesus deu este “sinal” em resposta à seguinte pergunta formulada por seus discípulos: “Qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” — Mateus 24:3.

Segundo a Bíblia, esta “presença” de Cristo não seria em forma humana, mas, em vez disso, ele seria poderoso governante no céu que livrará a humanidade oprimida. (Daniel 7:13, 14) Sua “presença” se daria durante o que ele chamou de “terminação do sistema de coisas”. Bem, então, exatamente qual foi o sinal fornecido por Jesus para assinalar o tempo em que estaria invisivelmente presente como governante, e quando estaria perto o fim deste sistema de coisas? Na Bíblia, em Mateus, capítulo 24, em Marcos, capítulo 13, e em Lucas, capítulo 21, poderá recapitular os eventos que, juntos, constituem o sinal. Alguns dos principais são os seguintes:

GRANDES GUERRAS: “Nação se levantará contra nação e reino contra reino.” (Mateus 24:7) A partir de 1914, foi avassalador o cumprimento destas palavras. A Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, introduziu o emprego maciço de metralhadoras, tanques, submarinos, aviões, e também de gás venenoso. Quando terminou, em 1918, cerca de 14 milhões de soldados e civis tinham sido chacinados. Certo historiador observou: “A Primeira Guerra Mundial foi a primeira guerra ‘total’.” A Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945, foi ainda mais devastadora, as mortes de militares e civis ascendendo a cerca de 55 milhões. E introduziu um horror totalmente novo — as bombas atômicas! Desde então, mais de 30 milhões de outras pessoas foram mortas em dezenas de guerras, grandes e pequenas. Comenta a revista alemã Der Spiegel (O Espelho): “Desde 1914, não houve um único dia de verdadeira paz no mundo.”

ESCASSEZ DE VÍVERES: “Haverá escassez de víveres.” (Mateus 24:7) A Primeira Guerra Mundial foi acompanhada de ampla fome. Depois da Segunda Guerra Mundial, a fome piorou. E hoje em dia? “A fome, atualmente, atingiu uma escala totalmente nova. . . . até uns 400 milhões de pessoas vivem constantemente à beira da desnutrição”, afirma o Times, de Londres. O jornal The Globe and Mail (O Globo e o Correio), de Toronto, Canadá, declara: “Mais de 800 milhões de pessoas estão subnutridas.” E a Organização Mundial de Saúde relata que “12 milhões de crianças morrem todo ano antes de seu primeiro aniversário” devido à desnutrição.

TERREMOTOS: “Haverá grandes terremotos.” (Lucas 21:11) Um especialista em engenharia anti-sísmica, George W. Housner, chamou o terremoto de T’ang-shan, China, em 1976, de “a maior catástrofe sísmica da história da humanidade”, ceifando centenas de milhares de vidas. O jornal italiano Il Piccolo (O Pequeno) veiculou: “Nossa geração vive num período perigoso de intensa atividade sísmica, conforme mostram as estatísticas.” Em média, os terremotos desde 1914 causaram cerca de dez vezes mais mortes, a cada ano, do que nos séculos anteriores.

DOENÇAS: ‘Haverá num lugar após outro pestilências.’ (Lucas 21:11) A revista Science Digest (Sumário de Ciência) veiculou: “A epidemia da gripe espanhola, de 1918, grassou sobre a Terra [e] ceifou 21 milhões de vidas.” Adicionava: “Em toda a história, nunca houve uma visita mais severa e mais rápida da morte. . . . caso a epidemia tivesse continuado em sua taxa de aceleração, a humanidade teria sido erradicada em questão de meses”. Desde então, as doenças cardíacas, o câncer, as doenças venéreas, e muitas outras pragas, mataram ou aleijaram centenas de milhões.

CRIMES: “Aumento do que é contra a lei.” (Mateus 24:12) O assassínio, o roubo, o estupro, o terrorismo, a corrupção — a lista é longa e bem conhecida. Em muitas localidades, as pessoas receiam andar pelas ruas. Confirmando esta tendência anárquica depois de 1914, declara certa autoridade sobre terrorismo: “O período até a Primeira Guerra Mundial era, ao todo, mais humano.”

TEMOR: ‘Os homens ficarão desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada.’ (Lucas 21:26) O Die Welt (O Mundo), de Hamburgo, Alemanha, chamou a nossa época de “o século do medo”. Ameaças inteiramente novas sobre a humanidade instilam o medo como nunca antes. Pela primeira vez na História, coisas tais como a aniquilação nuclear e a poluição ameaçam ‘arruinar a terra’. (Revelação 11:18) O escalonamento do crime, da inflação, das armas nucleares, da fome, das doenças, e de outros males, alimentam os temores das pessoas no que concerne à segurança e a própria vida delas.

O Que o Torna Diferente?

Todavia, alguns apontam que muitas destas coisas já aconteciam nos séculos passados. Portanto, o que torna diferente a sua ocorrência agora? Primeiro, uma única geração observa cada um dos eventos que constituem o sinal — a geração que vivia em 1914 — da qual ainda estão vivas milhões de pessoas. Jesus declarou que “esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram”. (Lucas 21:32) Segundo, os efeitos do sinal estão sendo sentidos em todo o mundo, “num lugar após outro”. (Mateus 24:3, 7, 9; 25:32) Terceiro, as condições tornaram-se cada vez piores durante este período: “Todas essas coisas são um princípio das dores de aflição”; “os homens iníquos e os impostores passarão de mal a pior”. (Mateus 24:8; 2 Timóteo 3:13) E, quarto, todas estas coisas foram acompanhadas pela mudança das atitudes e das ações das pessoas, conforme Jesus avisara: “O amor da maioria se esfriará.” — Mateus 24:12.

 

Sim, uma das fortes evidências de que vivemos agora no predito e crucial tempo do fim é observado no colapso moral que grassa entre as pessoas. Compare o que observa no mundo com as seguintes palavras proféticas a respeito de nossos tempos: “Toma conhecimento disto: nos últimos dias virão momentos difíceis. Os homens serão egoístas, avarentos, fanfarrões, orgulhosos, maldizentes, revoltados contra os pais, ingratos, ímpios, desnaturados, implacáveis, caluniadores, indisciplinados, desumanos, inimigos de todo o bem, traidores, atrevidos, cegos de orgulho, mais amigos dos prazeres que de Deus. Eles terão aparência de religiosidade, mas hão de renegar sua verdadeira força.” — 2 Timóteo 3:1-5, Bíblia Mensagem de Deus.

1914 — Momento Decisivo da História

Do ponto de vista humano, as dificuldades do mundo e as guerras mundiais preditas na Bíblia estavam muito longe de ser imaginadas pelo mundo anterior a 1914. Disse o estadista alemão, Konrad Adenauer: “Vêm-me à mente pensamentos e quadros, . . . pensamentos dos anos anteriores a 1914, quando havia verdadeira paz, tranqüilidade e segurança nesta Terra — tempo em que não conhecíamos o medo. . . . A segurança e a tranqüilidade desapareceram da vida dos homens desde 1914.” As pessoas que viviam antes de 1914 julgavam que o futuro ‘seria cada vez melhor’, narrou o estadista inglês, Harold Macmillan. O livro 1913: America Between Two Worlds (1913: Os Estados Unidos Entre Dois Mundos) observa: “O Secretário de Estado Bryan disse [em 1913] que ‘as condições promissoras duma paz mundial jamais foram mais favoráveis do que agora’.”

Assim, até mesmo quando se estava à beira da Primeira Guerra Mundial, os líderes mundiais prediziam uma era de progresso social e de esclarecimento. Mas a Bíblia predissera o oposto — que a guerra sem precedentes de 1914-1918 sublinharia o início dos “últimos dias”. (2 Timóteo 3:1) A Bíblia também forneceu evidência cronológica de que 1914 assinalaria o nascimento do Reino celeste de Deus, a ser acompanhado por dificuldades mundiais sem precedentes. Mas, será que alguém que vivia lá naquele tempo estava cônscio de que 1914 marcaria tal momento decisivo da História?

Décadas antes dessa data, havia uma organização de pessoas que tornavam conhecido o significado de 1914. O jornal The World (O Mundo), de Nova Iorque, de 30 de agosto de 1914, explica: “O horrível irrompimento da guerra na Europa tem cumprido uma profecia extraordinária. No último quarto de século, por meio de pregadores e pela imprensa, os ‘Estudantes Internacionais da Bíblia’ [Testemunhas de Jeová] . . . têm proclamado ao mundo que o Dia da Ira profetizado na Bíblia amanheceria em 1914. ‘Olhem bem para 1914!’ — tem sido o brado dos . . . evangelistas.”

Um Povo Que Cumpre Profecias

A Bíblia também predisse que, “na parte final dos dias”, pessoas de todas as nações dirigir-se-iam, figuradamente, “ao monte de Jeová”, onde Ele ‘os instruiria sobre os seus caminhos’. A profecia afirma que, como resultado de tal instrução, “terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras . . . . nem aprenderão mais a guerra”. (Isaías 2:2-4) O registro bem-conhecido das Testemunhas de Jeová no que tange à guerra é um claro cumprimento desta profecia.

Martin Niemöller, líder protestante da Alemanha antes e depois da Segunda Guerra Mundial, referiu-se às Testemunhas de Jeová como “sérios estudiosos da Bíblia, que, às centenas e aos milhares, foram mandados para os campos de concentração e morreram por se recusarem a servir na guerra e declinarem de atirar em seres humanos”. Em contraste com isso, escreveu: “As Igrejas Cristãs, através das eras, sempre consentiram em abençoar a guerra, as tropas e as armas, e . . . oraram de forma muito anticristã em favor do aniquilamento do seu inimigo.” Quem, então, se enquadra no sinal identificador de Jesus quanto aos verdadeiros cristãos? Disse ele: “Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” (João 13:35) Como 1 João 3:10-12 torna claro, os servos de Deus não matam uns aos outros. São os filhos de Satanás que fazem isso.

Lealdade comum ao Reino de Deus e apego fiel aos princípios da Bíblia é o que une as Testemunhas de Jeová numa fraternidade mundial. Aceitam plenamente o que a Bíblia ensina: que o Reino é um governo real, tendo leis e autoridade, e que, em breve, governará toda a Terra. Já possui crescentes milhões de súditos na Terra, os quais estão sendo moldados como o alicerce da vindoura civilização. A respeito do Reino, o profeta Daniel foi inspirado a escrever: “O Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. . . . Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos [hoje existentes], e ele mesmo ficará estabelecido por tempos indefinidos.” (Daniel 2:44) Jesus deu prioridade ao Reino, ao instruir: “Portanto, tendes de orar do seguinte modo: ‘Nosso Pai nos céus . . . Venha o teu Reino.’” — Mateus 6:9, 10.

Os muitos eventos em cumprimento das profecias bíblicas, desde 1914, mostram que muito em breve o Reino de Deus ‘esmiuçará e porá termo a todos os outros governos’. E Deus deseja que este fato seja anunciado, como mostra a seguinte parte importante do sinal: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mateus 24:14) Milhões de Testemunhas de Jeová, uma fraternidade mundial, cumprem agora esta profecia.

Quando o Reino tiver sido pregado na medida desejada por Deus, então o mundo verá — disse Jesus — uma “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. Esta culminará na batalha do Armagedom, e porá fim à influência maligna de Satanás. Limpará a Terra inteira das nações e dos homens iníquos e abrirá o caminho para o vindouro Paraíso, em que “há de morar a justiça”. — Mateus 24:21; 2 Pedro 3:13; Revelação 16:14-16; 12:7-12; 2 Coríntios 4:4.

A Bíblia, já tendo a seu crédito tantas profecias cumpridas, fica de fato confirmada como o livro ‘inspirado por Deus’. (2 Timóteo 3:16) Aceite-a, então, “não como a palavra de homens, mas, pelo que verazmente é, como a palavra de Deus”. (1 Tessalonicenses 2:13) Também, visto que seu Autor, Jeová Deus, é “Aquele que desde o princípio conta o final”, poderá ter completa confiança nas profecias cujo cumprimento ainda é futuro. (Isaías 46:10) E o que está para vir é verdadeiramente maravilhoso. Ficará fascinado ao ler sobre isso no próximo artigo.