Em breve haverá um paraíso terrestre
Em breve haverá um paraíso terrestre

Em breve haverá um paraíso terrestre

GOSTARIA que sua vida prosseguisse indefinidamente — de forma plena e satisfatória? É provável que sua resposta seja: É claro! Há tantas coisas interessantes a fazer, lugares fascinantes a visitar e coisas novas a aprender.

Todavia, problemas aparentemente insolúveis interferem em nosso usufruto da vida. Para exemplificar: Há a comparativa brevidade da atual duração de nossa vida. Daí, também, a vida com freqüência é cheia de doenças, tristezas e aflições. Assim, para que as pessoas usufruam plenamente a vida, em toda a sua plenitude, o ideal seria terem (1) um ambiente paradísico à sua volta, (2) segurança total, (3) uma ocupação absorvente, (4) saúde radiante, e (5) vida infindável.

Mas será isso pedir demais? Do ponto de vista humano, certamente que é. A História demonstra que os humanos, por si sós, simplesmente não conseguem produzir tais condições ideais. No entanto, do ponto de vista do nosso Criador, tais coisas não só são possíveis, mas são inevitáveis! Por quê? Porque tais condições desejáveis eram parte do propósito original de Deus para a Terra. — Salmo 127:1; Mateus 19:26.

Paraíso Será Restaurado

Conforme observamos em capítulos precedentes, os primeiros dois humanos não eram animalescos. Antes, foram criados inteiramente humanos. O lar original deles, o Éden, era “um paraíso de delícias”. (Gênesis 2:8, Matos Soares) Deviam ‘cultivá-lo e tomar conta dele’. (Gênesis 2:15) Adicionalmente, seu papel na Terra incluía a seguinte tarefa administrativa bem humana: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a.” (Gênesis 1:28) Ao aumentar a descendência deles, teriam a tarefa de expandir os limites deste lindo jardim, transformando a Terra inteira num paraíso. Por quanto tempo deveria durar? A Bíblia, de modo coerente, observa que a Terra permanecerá “por tempo indefinido ou para todo o sempre”. (Salmo 104:5; Eclesiastes 1:4) Assim, objetivava-se que a Terra paradísica servisse de permanente lar deleitoso para os humanos perfeitos, que viveriam nela para sempre. — Isaías 45:11, 12, 18.

Embora a rebelião no Éden interrompesse temporariamente o cumprimento do propósito de Deus, ela não alterou tal propósito. Deus introduziu os meios para fazer cessar os danos e para restaurar o Paraíso. O mecanismo para isto é o Reino de Deus, o governo celeste que Jesus transformou em parte tão destacada de sua mensagem à humanidade. (Mateus 6:10, 33) E podemos estar seguros de que o propósito original de Deus se cumprirá. Garante-nos o Criador onipotente que o mantém: “Assim mostrará ser a minha palavra que sai da minha boca. Não voltará a mim sem resultados, mas certamente fará aquilo em que me agradei e terá êxito certo naquilo para que a enviei.” — Isaías 55:11.

Nos nossos dias, é animador ver os eventos mundiais cumprirem o “sinal” dos “últimos dias”. (Mateus 24:3-14; 2 Timóteo 3:1-5) Isto indica que se aproxima o tempo em que a “palavra” de Deus “terá êxito certo”. Este êxito é certo porque o Deus onipotente intervirá nos assuntos humanos, certificando-se de que Seus propósitos se cumpram. (Jeremias 25:31-33) Muito em breve, podemos esperar ver o cumprimento do salmo profético que diz: “Os próprios malfeitores serão decepados [da vida], mas os que esperam em Jeová são os que possuirão a terra. E apenas mais um pouco, e o iníquo não mais existirá . . . Os próprios justos possuirão a terra, e residirão sobre ela para todo o sempre.” — Salmo 37:9-11, 29; Mateus 5:5.

Assim, os que preferirem ser independentes do Criador serão “decepados [da vida]”. Os que “esperam em Jeová” sobreviverão ao fim deste sistema e darão início à restauração do Paraíso. Gradualmente, este se espalhará até abranger a Terra toda. A vinda de tal Paraíso é tão certa que Jesus, com inteira confiança, pôde prometer ao ladrão executado ao seu lado: “Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.” — Lucas 23:43.

Transformada a Terra

A descrição que a Bíblia faz do Paraíso é deveras emocionante. Por exemplo, ela fala duma mudança dramática nas condições da própria Terra. Talvez se recorde que fora dito aos primeiros humanos, ao serem expulsos do Éden, que o solo produziria espinhos e abrolhos, e apenas com o suor de seu rosto conseguiriam produzir alimentos da terra. (Gênesis 3:17-19) Desde então, tem sido constante a luta contra a crescente desertificação, solo pobre, secas, ervas daninhas, insetos, doenças vegetais e safras ruins. Com demasiada freqüência, a fome ganhou a batalha.

Entretanto, esta situação vai inverter-se: “O ermo e a região árida exultarão, e a planície desértica jubilará e exultará como o açafrão. . . . Pois no ermo terão rebentado águas, e torrentes na planície desértica. E o solo crestado pelo calor se terá tornado como um banhado de juncos, e a terra sedenta, como fontes de água.” “Em lugar da moita de silvas subirá o junípero. Em lugar da urtiga subirá a murta.” (Isaías 35:1, 6, 7; 55:13) Assim, a execução do propósito de Deus significa que a humanidade terá a tarefa agradabilíssima de transformar a Terra num lindo lugar que trará eterno deleite aos seus habitantes. Mas, será mais do que apenas lindo.

Fim da Pobreza

A transformação de amplos desertos e de áreas assoladas pela seca significa enorme acréscimo de terras produtivas. Com a supervisão do Criador, terão êxito os esforços do homem de fazer que a Terra seja frutífera, como nunca antes: “Jeová, da sua parte, dará o que é bom, e a nossa própria terra dará a sua produção.” (Salmo 85:12) Essa “produção” trará “bastante cereal na terra; no cume dos montes haverá superabundância”. (Salmo 72:16) Jamais haverá milhões de pessoas passando fome novamente. — Isaías 25:6.

O desemprego, também, será algo do passado, sendo eliminado para sempre. E todos usufruirão os frutos de seu próprio trabalho: “Hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. . . . não plantarão e outro comerá.” (Isaías 65:21, 22) Tudo isto trará a espécie de segurança econômica descrita em Ezequiel 34:27: “A árvore do campo terá de dar seu fruto e a própria terra dará a sua produção, e mostrarão estar realmente em segurança no seu solo.”

Os humanos, contudo, anseiam inerentemente ter um lar condigno, e alguma terra em que plantar flores, árvores e hortas. Trata-se duma habitação condigna quando milhões de pessoas são apinhadas em enormes prédios de apartamentos, ou em decrépitas favelas, ou moram nas ruas? Nada disso existirá no vindouro Paraíso, porque o propósito de Deus é: “Hão de construir casas e as ocuparão . . . Não construirão e outro terá morada.” Esse programa mundial de construção terá êxito total e duradouro: “Meus escolhidos usufruirão plenamente o trabalho das suas próprias mãos. Não labutarão em vão.” (Isaías 65:21-23) Assim, ter uma habitação condigna não será privilégio exclusivo duma minoria opulenta, e sim de todos que se submeterem ao governo de Deus.

Não Haverá Mais Doença, nem Morte

A Palavra de Deus também nos garante que as condições satisfatórias do Paraíso não serão perturbadas por deficiências físicas ou doenças, nem serão tolhidas pela morte: “Nenhum residente dirá: ‘Estou doente.’” (Isaías 33:24) “[Deus] enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.” — Revelação (Apocalipse) 21:4.

Imagine um mundo em que serão curadas todas as doenças e deficiências físicas! Diz a Palavra de Deus: “Naquele tempo abrir-se-ão os olhos dos cegos e destapar-se-ão os próprios ouvidos dos surdos. Naquele tempo o coxo estará escalando como o veado e a língua do mudo gritará de júbilo.” (Isaías 35:5, 6) Que maravilhosa transformação! E imagine, também, a espantosa perspectiva de, dali em diante, viver-se por tanto tempo quanto Deus — eternamente! Jamais a morte amaldiçoará de novo a humanidade, porque Deus “realmente tragará a morte para sempre”. — Isaías 25:8.

Mas, que dizer dos que sobreviverem ao fim deste sistema e que já forem idosos? Gozarão simplesmente de boa saúde na velhice e permanecerão assim para sempre? Não, pois Deus possui, e ainda utilizará, o poder de inverter o processo de envelhecimento. Conforme a Bíblia o descreve: “Torne-se a sua carne mais fresca do que na infância; volte ele aos dias de seu vigor juvenil.” (Jó 33:25) Os idosos voltarão gradualmente à perfeita masculinidade e feminilidade que Adão e Eva usufruíam no Éden. Este processo será um dos resultados da “recriação” de que Jesus falou. — Mateus 19:28.

Duradoura Paz Global

Será o Paraíso alguma vez perturbado pela guerra ou pela violência? Não, quando ‘os retos forem os que residirem na terra e os inculpes os que remanescerem nela. Quanto aos iníquos, serão decepados da própria terra; e quanto aos traiçoeiros, serão arrancados dela’. (Provérbios 2:21, 22) Não poderá mais haver guerra, nem violência, quando não mais existirem perturbadores da paz.

Por que são chamados de “retos” e “inculpes” os que ‘remanescerem’ depois de Deus ter extirpado os iníquos e os traiçoeiros? Porque já terão sido educados nas normas de Deus para a vida pacífica, e enquadraram-se em tais normas. Este conhecimento de Deus, e esta submissão às Suas leis, é a chave para a paz no Paraíso, pois a Bíblia declara: “Não se fará dano, nem se causará ruína . . . porque a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar.” (Isaías 11:9) Jesus também disse: “Todos eles serão ensinados por Jeová”, e que os que aceitarem tal ensino e viverem de acordo com ele terão “vida eterna”. — João 6:45-47.

Felizmente, esta educação global, orientada por Deus, resultará num mundo totalmente pacífico e harmonioso, isento de crimes, de preconceitos e de ódios, e isento de divisões políticas e de guerra. Entre milhões de Testemunhas de Jeová, ao redor da Terra, já se demonstra o valor desta educação. Elas constituem uma fraternidade internacional baseada em amor e em respeito mútuo. (João 13:34, 35) Sua paz e união globais são inquebrantáveis. Nem mesmo a perseguição ou as guerras mundiais conseguem fazê-las tomar armas contra seu próximo em parte alguma do mundo. Visto que tal paz e união globais podem existir mesmo no atual mundo dividido, por certo será muito mais fácil manter-se este padrão sob o governo de Deus, no Paraíso. — Mateus 26:52; 1 João 3:10-12.

No próprio começo da restauração do Paraíso, então, prevalecerá a paz por toda a Terra. E os sobreviventes da guerra global do Armagedom, da parte de Deus, continuarão atendo-se às palavras da profecia que estão cumprindo agora mesmo: “Não levantarão espada, nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra.” É por isso que a profecia pode acrescentar: “Realmente sentar-se-ão, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os faça tremer.” (Miquéias 4:3, 4) Por quanto tempo? A alentadora promessa é: “Da paz não haverá fim.” — Isaías 9:7.

Na verdade, as hodiernas nações militarizadas armazenam como nunca seus armamentos. Mas, tudo isso nada significa para Aquele cujo poder criou o universo. Ele nos conta o que fará, em breve, com as armas bélicas das nações: “Vinde, observai as atividades de Jeová, como ele tem posto eventos assombrosos na terra. Ele faz cessar as guerras até a extremidade da terra. Destroça o arco e retalha a lança; as carroças, ele queima no fogo.” (Salmo 46:8, 9) O esmagamento das nações e de seu poderio militar cimentarão o caminho para duradoura paz global no Paraíso. — Daniel 2:44; Revelação 19:11-21.

Paz com o Reino Animal

Para coroar a paz global do Paraíso, haverá a restauração da harmonia existente entre os humanos e os animais no Éden. (Gênesis 1:26-31) Hoje em dia, o homem teme muitos animais e, ao mesmo tempo, é uma ameaça para eles. Mas, isso não acontecerá no Paraíso. Seja qual for o meio pelo qual Deus mantinha a harmonia entre o homem e os animais no Éden, Ele o utilizará no Paraíso. Assim, o domínio amoroso do homem sobre os animais será de novo uma realidade.

Neste sentido, o Criador declara: “Naquele dia certamente concluirei para eles um pacto em conexão com o animal selvático do campo, e com a criatura voadora dos céus, e com a coisa rastejante do solo.” (Oséias 2:18) Com que resultado? “Vou concluir com elas um pacto de paz, e hei de fazer cessar no país a fera nociva, e elas realmente morarão no ermo com segurança e dormirão nas florestas.” — Ezequiel 34:25.

A paz que existirá entre os humanos, e entre os humanos e os animais, também se refletirá no âmbito do reino animal: “O lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado, todos juntos; e um pequeno rapaz é que será o condutor deles. E a própria vaca e a ursa pastarão; juntas se deitarão as suas crias. E até mesmo o leão comerá palha como o touro. E a criança de peito há de brincar sobre a toca da naja; e a criança desmamada porá realmente sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa. Não se fará dano, nem se causará ruína em todo o meu santo monte.” — Isaías 11:6-9.

Que linda descrição fornece a Bíblia da paz total que existirá no Paraíso! Não é de admirar que o Salmo 37:11 afirme sobre a vida naquele novo sistema: “Os próprios mansos possuirão a terra, e deveras se deleitarão na abundância de paz.”

O Retorno dos Mortos

Os benefícios a advir no Paraíso não fluirão apenas para aqueles que sobreviverem ao fim do atual sistema de coisas. Sob o governo do reino celeste de Deus, ocorrerá uma das mais surpreendentes vitórias — a vitória total sobre a morte. Pois, não só a morte herdada será vencida, mas os já mortos retornarão à vida e se lhes dará a oportunidade de viver no Paraíso! Garante-nos a Palavra de Deus: “Há de haver uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” (Atos 24:15) Que ocasião alegre será quando os entes queridos — uma geração após outra — retornarem da sepultura! — Lucas 7:11-16; 8:40-56; João 11:38-45.

Disse Jesus: “Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão, os que fizeram boas coisas, para uma ressurreição de vida, os que praticaram coisas ruins, para uma ressurreição de julgamento.” (João 5:28, 29) Sim, os que se acham na memória de Deus serão restaurados à vida. E não devíamos imaginar que esta seja uma tarefa grande demais para Deus. Lembre-se, ele criou centenas de bilhões, sim, trilhões de estrelas. E a Bíblia diz que ele chama a todas elas “por nome”. (Isaías 40:26) O número de pessoas que já viveram e que morreram é apenas uma fração disso. Assim, elas e seu padrão de vida podem ser facilmente alojados na memória de Deus.

Todos os ressuscitados serão educados nas normas justas de Deus, num ambiente paradísico. Não sofrerão os empecilhos da iniqüidade, do sofrimento ou da injustiça, como sofreram em sua vida passada. Caso aceitem o governo de Deus e se ajustem às Suas normas, serão julgados dignos de continuar vivendo. (Efésios 4:22-24) Assim, se o ladrão pregado na estaca ao lado de Jesus há de permanecer no Paraíso, precisará deixar de ser ladrão e passar a ser honesto. Mas não se permitirá que aqueles que se rebelarem contra o governo justo de Deus continuem vivendo, para conspurcarem a paz e a alegria de outros. Receberão um julgamento adverso. Assim, toda pessoa terá oportunidade plena e justa de demonstrar se realmente tem apreço pela vida na Terra paradísica, em que “há de morar a justiça”. — 2 Pedro 3:13.

Junto com os sobreviventes ao Armagedom, os mortos ressuscitados usufruirão então uma vida infindavelmente fascinante. O cérebro humano perfeito, com amplo potencial de conhecimento, conseguirá assimilar informações para sempre. Pense no que aprenderemos sobre a Terra e sobre o assombroso universo, com seus bilhões de galáxias! Considere o trabalho desafiador e satisfatório que faremos no campo da construção, do paisagismo, da horticultura, do ensino, da arte, da música e em muitos outros! Assim, a vida não será enfadonha nem improdutiva. Antes, como prediz a Bíblia, cada dia no Paraíso será requintado ‘deleite’. (Salmo 37:11) De formas que, bem à nossa frente, acha-se o início de uma nova era maravilhosa. Veja a seguir o último artigo desta série!