São as mutações uma base para a evolução?
São as mutações uma base para a evolução?

São as mutações uma base para a evolução?

HÁ MAIS uma dificuldade que confronta a teoria da evolução. Exatamente como é que ela supostamente ocorreu? Qual é um dos mecanismos básicos que se presume possibilitou a evolução de um tipo de coisa viva em outro? Os evolucionistas afirmam que várias alterações verificadas no interior do núcleo da célula desempenham sua parte. E, dentre estas, destacam-se as mudanças “acidentais” conhecidas como mutações. Crê-se que as partes específicas envolvidas nestas alterações mutacionais sejam os genes e os cromossomos das células sexuais, uma vez que as mutações neles verificadas podem ser transmitidas aos descendentes.

“As mutações . . . são a base da evolução”, declara The World Book Encyclopedia (Enciclopédia do Livro Mundial). Similarmente, o paleontólogo Steven Stanley chamou as mutações de “as matérias-primas” da evolução. E o geneticista Peo Koller declarou que as mutações “são necessárias ao progresso evolutivo”.

Entretanto, não é bem qualquer tipo de mutação que a evolução exige. Robert Jastrow indicou a necessidade de “lento acúmulo de mutações favoráveis”. Adicionou Carl Sagan: “As mutações — alterações súbitas na hereditariedade — procriam a verdade. Fornecem a matéria-prima da evolução. O ambiente seleciona algumas mais propícias à sobrevivência, resultando em uma série de transformações lentas [d]e uma forma de vida para outra, a origem de novas espécies.”

Tem-se também dito que as mutações podem ser uma chave para a rápida mudança exigida pela teoria do “equilíbrio pontuado”. John Gliedman, escrevendo em Science Digest (Sumário de Ciência), declarou: “Os revisionistas evolucionários crêem que as mutações nos genes-chaves reguladores podem ser exatamente as perfuratrizes genéticas exigidas por sua teoria de salto quântico.” No entanto, o zoólogo inglês Colin Patterson comentou: “É livre a especulação. Nada sabemos sobre estes genes-mestres reguladores.” Mas, tirante tais especulações, aceita-se em geral que as mutações supostamente envolvidas na evolução sejam pequenas alterações fortuitas que se acumulam por longo período de tempo.

Qual é a origem das mutações? Julga-se que a maioria delas ocorra no processo normal de reprodução celular. Experimentos, porém, demonstraram que também podem ser provocadas por agentes externos, tais como a radiação e substâncias químicas. E com que freqüência ocorrem? A reprodução do material genético na célula goza de notável coerência. Falando-se de modo relativo e levando-se em conta o número de células que se dividem em algo vivo, as mutações não são mui freqüentes. Como comentou a Encyclopedia Americana, a reprodução “das cadeias de ADN que compõem um gene é notavelmente exata. Constituem acidentes raros as reproduções ou cópias erradas”.

São Úteis ou Nocivas?

Caso as mutações benéficas sejam uma base para a evolução, qual é a proporção em que ocorrem as benéficas? Existe esmagador acordo entre os evolucionistas sobre este ponto. Carl Sagan, por exemplo, declara: “A maioria delas é perigosa ou letal.” Peo Koller se pronuncia: “A maior proporção de mutações são deletérias para o indivíduo que leva o gene mutante. Em experiências, verificou-se que, para cada mutação bem-sucedida ou útil, há muitos milhares que são prejudiciais.”

Excluindo-se quaisquer mutações “neutras”, então, as prejudiciais ultrapassam em número as supostamente benéficas na proporção de mil para uma. “Tais resultados são de se esperar das mudanças acidentais que ocorrem em qualquer organização complexa”, declara a Encyclopædia Britannica. É por isso que se diz que as mutações são responsáveis por centenas de doenças geneticamente determinadas.

Devido à natureza nociva das mutações, reconhecia a Encyclopedia Americana: “Parece difícil de reconciliar o fato de que a maioria das mutações são prejudiciais ao organismo com o conceito de que as mutações são a fonte de matérias-primas para a evolução. Deveras, os mutantes ilustrados nos compêndios de biologia são uma coleção de aleijões e monstruosidades, e a mutação parece ser um processo destrutivo, em vez de construtivo.” Quando insetos mutantes foram postos a competir com os normais, o resultado sempre foi o mesmo. Como G. Ledyard Stebbins observou: “Depois de um número maior ou menor de gerações, os mutantes são eliminados.” Não conseguiam competir, porque não se aprimoravam, mas degeneravam e ficavam em desvantagem.

Em seu livro, The Wellsprings of Life (Os Mananciais da Vida), admitiu o escritor de assuntos científicos Isaac Asimov: “A maioria das mutações é para pior.” Entretanto, em seguida asseverou: “A longo prazo, certamente, as mutações fazem com que o curso da evolução avance e ascenda.” Mas, fazem mesmo? Seria considerado benéfico qualquer processo que resultasse em dano em mais de 999 de cada 1.000 casos? Se quisesse construir uma casa, contrataria um construtor que, para cada obra correta apresentasse mil defeituosas? Se um motorista, ao dirigir, fizesse mil decisões erradas para cada decisão boa, desejaria viajar no carro dele? Se um cirurgião, ao operar, fizesse milhares de atos cirúrgicos errados para cada correto, gostaria que ele o operasse?

Disse certa vez o geneticista Dobzhansky: “Dificilmente se pode esperar que um acidente, uma mudança ocasional, em qualquer mecanismo delicado, o aprimore. Enfiar alguém uma vareta no mecanismo do seu relógio, ou no seu conjunto de som, raramente o faria funcionar melhor.” Assim, pergunte a si mesmo: Parece razoável que todas as células, órgãos, membros e processos surpreendentemente complexos que existem nas coisas vivas tenham sido aprimorados por um processo destrutivo?

Produzem as Mutações Algo Novo?

Mesmo que todas as mutações fossem benéficas, poderiam produzir algo novo? Não, não poderiam. Uma mutação só poderia resultar em uma variação duma característica já existente. Ela produz variedade, mas nunca algo novo.

Um exemplo do que poderia acontecer com uma mutação benéfica nos é dado por The World Book Encyclopedia: “Uma planta numa área seca poderia ter um gene mutante que a fizesse criar raízes maiores e mais fortes. A planta teria melhor probabilidade de sobreviver do que outras de sua espécie, porque suas raízes poderiam absorver mais água.”16 Mas, surgiu algo novo? Não, ainda se trata da mesma planta. Não evoluiu em outra coisa.

As mutações podem alterar a cor ou a textura dos cabelos duma pessoa. Mas, seus cabelos serão sempre cabelos. Jamais se transformarão em penas. A mão duma pessoa pode ser alterada por mutações. Pode apresentar dedos anormais. Por vezes, talvez surja até a mão de seis dedos, ou alguma outra malformação congênita. Mas será sempre mão. Jamais se transformará em outra coisa. Nada de novo está vindo a existir, nem poderá vir.

Experiências com Moscas-das-frutas

Poucas experiências de mutação podem igualar as extensivamente realizadas com a mosca-das-frutas comum, Drosophila melanogaster. Desde o início dos 1900, alguns cientistas expuseram milhões destas moscas aos raios X. Isto aumentou a freqüência das mutações para mais de cem vezes a normal.

Após todas estas décadas, o que mostraram os experimentos? Dobzhansky revelou um resultado: “As mutantes explícitas de Drosophila, com as quais foi feita grande parte das pesquisas clássicas em genética, são quase que, sem exceção, inferiores às moscas do tipo selvagem quanto à viabilidade, à fertilidade e à longevidade.” Outro resultado foi que as mutações jamais produziram algo novo. As moscas-das-frutas apresentaram asas, patas e corpos malformados, além de outras distorções, mas continuaram sendo sempre moscas-das-frutas. E quando moscas mutantes foram acasaladas entre si, verificou-se que, depois de várias gerações, começaram a eclodir algumas moscas-das-frutas normais. Se deixadas em seu estado natural, estas moscas normais teriam, por fim, sobrevivido às mutantes mais fracas, preservando a mosca-das-frutas na forma em que existia originalmente.

O código da hereditariedade, o ADN, possui notável capacidade de reparar os danos genéticos causados a ele mesmo. Isto ajuda a preservar a espécie de organismo para o qual foi codificado. A revista Scientific American relata como “a vida de cada organismo e sua continuidade, de geração em geração”, são preservadas “por enzimas que continuamente consertam” os danos genéticos. A revista declara: “Em especial, danos significativos causados às moléculas de ADN podem provocar uma resposta de emergência, em que quantidades incrementadas de enzimas reparadoras são sintetizadas.”

Assim, no livro Darwin Retried (Darwin Julgado de Novo), o autor narra o seguinte sobre o respeitado geneticista, Richard Goldschmidt, já falecido: “Depois de observar as mutações nas drosófilas por muitos anos, Goldschmidt ficou desesperado. As mudanças, lamentou, eram tão terrivelmente micro [pequenas] que, se se combinasse mil mutações num só espécime, ainda assim não haveria nenhuma espécie nova.”

A Mariposa Pontilhada

Com freqüência, nas publicações evolucionistas, cita-se a mariposa pontilhada da Inglaterra como exemplo moderno da evolução em progresso. Declarava The International Wildlife Encyclopedia (Enciclopédia Internacional da Vida Selvagem): “Trata-se da mais assombrosa mudança evolucionária já testemunhada pelo homem.” Depois de comentar que Darwin se via afligido por sua incapacidade de demonstrar a evolução de uma espécie sequer, Jastrow, em seu livro Red Giants and White Dwarfs (Gigantes Vermelhas e Anãs Brancas), acrescentou: “Caso tivesse sabido, tinha em mãos um exemplo que lhe forneceria a prova de que precisava. O caso era extremamente raro.” O caso era, naturalmente, o da mariposa pontilhada.

Exatamente o que ocorreu com a mariposa pontilhada? De início, a forma mais clara desta mariposa era mais comum do que a mais escura. Este tipo mais claro se combinava bem com os troncos mais claros das árvores, e, assim, era mais protegido das aves. Mas, daí, devido aos anos de poluição advinda das áreas industriais, estes troncos escureceram. Agora a cor mais clara das mariposas trabalhava contra elas, uma vez que as aves podiam capturá-las mais rápido e comê-las. Por conseguinte, a variedade mais escura de mariposa pontilhada, que se afirma ser mutante, sobreviveu melhor, visto ser difícil que as aves as vissem em contraste com as árvores enegrecidas pela fuligem. A variedade mais escura (melânica) tornou-se rapidamente o tipo dominante.

Mas, estava a mariposa pontilhada evoluindo em algum outro tipo de inseto? Não, ainda era exatamente a mesma mariposa pontilhada, tendo apenas diferente cor. Assim, a revista médica inglesa, On Call (De Plantão), referiu-se ao emprego deste exemplo para tentar provar a evolução como “notório”. Declarava: “Trata-se de excelente demonstração da função da camuflagem, mas, visto que começa e termina com mariposas, e não se forma nenhuma espécie nova, é bem irrelevante como evidência a favor da evolução.”

A afirmação inexata de que a mariposa pontilhada está evoluindo é similar a diversos outros exemplos. A título de ilustração, visto que alguns germes provaram-se resistentes aos antibióticos, afirma-se que está ocorrendo uma evolução. Mas, os germes mais resistentes ainda são do mesmo tipo, e não evoluíram em outra coisa. E é até mesmo admitido que a mudança talvez seja causada, não por mutações, mas pelo fato de que alguns germes, já de início, gozavam de imunidade. Enquanto os outros eram mortos pelos fármacos, os imunes se multiplicavam e tornavam-se dominantes. Como afirma a obra Evolution From Space (Evolução Proveniente do Espaço): “Duvidamos, contudo, que haja algo mais envolvido nestes casos do que a seleção dos genes já existentes.”

O mesmo processo talvez tenha acontecido no caso de alguns insetos imunes aos venenos utilizados contra eles. Ou os venenos mataram os insetos contra os quais foram usados, ou os venenos eram ineficazes. Os insetos mortos não podiam desenvolver resistência, uma vez que estavam mortos. A sobrevivência de outros poderia significar que já eram imunes, desde o início. Tal imunidade é um fator genético que surge em alguns insetos, mas não em outros. De qualquer modo, os insetos continuaram sendo da mesma espécie. Não evoluíram em outra coisa.

 

“Segundo as Suas Espécies”

A mensagem mais uma vez confirmada pelas mutações é a fórmula de Gênesis, capítulo 1: As coisas vivas só se reproduzem “segundo as suas espécies”. A razão disso é que o código genético impede uma planta ou animal de desviar-se muito da média. Pode haver grande variedade (como se pode ver, por exemplo, entre os humanos, os gatos ou os cães), mas não tanta que uma coisa viva pudesse transformar-se em outra. Todo experimento realizado com as mutações prova isto. Também comprovada é a lei da biogênese, de que a vida só procede de outra vida preexistente, e que o organismo genitor e sua descendência são da mesma “espécie”.

Experiências de reprodução também comprovam isto. Os cientistas tentaram continuar modificando indefinidamente diversos animais e plantas, pelo cruzamento. Queriam ver se, com o tempo, podiam desenvolver novas formas de vida. Com que resultado? A revista On Call relata: “Os criadores usualmente verificam que, depois de algumas gerações, atinge-se um ponto ótimo, além do qual é impossível ulterior melhora, e que não houve novas espécies que se formaram, . . . As reproduções, portanto, pareceriam refutar, em vez de apoiar, a evolução.”

Uma observação bem parecida é feita na revista Science (Ciência): “As espécies possuem deveras a capacidade de sofrer pequenas modificações em suas características físicas e em outras, mas isto é limitado, e, numa perspectiva mais longa, reflete-se na oscilação em torno da média.” Assim, então, o que as coisas vivas herdam não é a possibilidade de contínua mudança, mas, ao invés, é (1) a estabilidade, e (2) os âmbitos limitados de variação.

Assim é que o livro Molecules to Living Cells (De Moléculas Para Células Vivas) declara: “As células duma cenoura ou do fígado dum camundongo retêm coerentemente seu tecido respectivo e identidades de organismo, depois de incontáveis ciclos de reprodução.” E a obra Symbiosis in Cell Evolution (A Simbiose na Evolução Celular) afirma: “Toda a vida . . . reproduz-se com incrível fidelidade.” A revista Scientific American (Americano Científico) também observa: “As coisas vivas são tremendamente diversas em sua forma, mas a forma é de uma constância notável no âmbito de qualquer linha específica de descendência: os porcos continuam sendo porcos, e os carvalhos continuam sendo carvalhos, geração após geração.” E um certo escritor sobre ciência comentou: “Os roseirais sempre florescem com rosas, jamais com camélias. E as cabras dão à luz cabritinhos, jamais a carneiros.” Concluiu que as mutações “não podem explicar a evolução geral — por que existem peixes, répteis, aves, e mamíferos”.

A questão da variedade no âmbito da espécie explica algo que influenciou o modo original de pensar de Darwin sobre a evolução. Quando estava na ilha de Galápagos, observou certo tipo de ave chamado tentilhão. Estas aves eram do mesmo tipo que sua espécie progenitora do continente sul-americano, de onde, pelo visto, emigraram. Mas havia curiosas diferenças, tais como no formato do bico. Darwin interpretou isto como a evolução em progresso. Mas, em realidade, nada mais era do que outro exemplo de variação no âmbito da espécie, permitida pela constituição genética do animal. Os tentilhões ainda continuavam sendo tentilhões. Não se transformavam em outra coisa, e jamais se transformariam.

Assim, o que Gênesis afirma acha-se em plena harmonia com os fatos científicos. Quando planta sementes, elas produzem somente “segundo as suas espécies”, de modo que pode plantar uma horta com confiança na fidedignidade de tal lei. Quando gatos procriam, sua prole é sempre de gatos. Quando os humanos se tornam pais, seus filhos são sempre humanos. Há variação na cor, no tamanho e na forma, mas sempre dentro dos limites da espécie. Já viu pessoalmente algum caso diferente? Nem foi visto por outros.

Não É Base Para a Evolução

A conclusão é clara. Não há quantidade de mudança genética acidental que possa fazer com que uma espécie de vida se transforme em outra espécie. Como disse certa vez o biólogo francês Jean Rostand: “Não, decididamente não posso obrigar-me a pensar que estes ‘deslizes’ da hereditariedade puderam, mesmo com a cooperação da seleção natural, mesmo com a vantagem dos imensos períodos de tempo em que a evolução opera sobre a vida, construir o mundo inteiro, com sua prodigalidade e seus refinamentos estruturais, com suas estonteantes ‘adaptações’.”

Similarmente, o geneticista C. H. Waddington declarou a respeito da crença nas mutações: “Esta é realmente a teoria de que, se começar com quaisquer quatorze linhas em inglês coerente, e mudar uma letra por vez, retendo unicamente as coisas que ainda têm sentido, terminará por fim com um dos sonetos de Shakespeare. . . . isso me soa como uma espécie lunática de lógica, e acho que deveríamos poder raciocinar melhor.”

A verdade é como declarou o prof. John Moore: “Sob exame e análise rigorosos, qualquer asserção dogmática . . . de que as mutações genéticas são a matéria-prima de qualquer processo evolucionário que envolva a seleção natural, significa declarar um mito." Veja o próximo artigo!