Se o Criador se importa, porque há tanto sofriment
Se o Criador se importa, porque há tanto sofriment

Se o Criador se importa, por que há tanto sofrimento?

A CADA minuto, mais de 30 pessoas morrem de doenças infecciosas, 11 de câncer e 9 de doenças cardíacas. E como você sabe, essas são apenas algumas das doenças que afligem as pessoas; muitos sofrem e morrem de outras causas.

Em 1996, um relógio no saguão do prédio das Nações Unidas, na cidade de Nova York, registrava uma batida simbólica para cada bebê nascido numa família pobre — 47 por minuto. Também, todos os dias, 20% da população mundial vai dormir com fome. E que dados você acrescentaria se tentasse calcular o índice de criminalidade no lugar onde você mora?

Temos de encarar a realidade de que vivemos num mundo permeado de sofrimento.

“No entanto”, diz um ex-policial, “muitos de nós não nos sensibilizamos muito com as injustiças que nos cercam”. Essa insensibilidade, porém, talvez logo se desvaneça quando a nossa vida ou a vida de alguém que amamos está envolvida. Por exemplo, coloque-se no lugar de Masako, que cuidou da mãe e do pai que sofriam de câncer. Ao vê-los perder peso e gemer de dor, ela se sentia completamente impotente. Ou imagine o desespero de Sharada, uma menina asiática que tinha nove anos quando foi vendida pelo pai por 14 dólares. Levada de sua aldeia para uma cidade estrangeira, era obrigada a fazer sexo com seis homens por dia.

Por que tais sofrimentos são tão comuns? E por que o Criador não acaba com isso? Devido a tais sofrimentos, muitos não querem saber de Deus. A mãe do ex-policial mencionado foi vítima de um psicopata. Ele explica sua reação: “A idéia de que existe um Deus soberano, amoroso, que controla o Universo, nunca me pareceu mais remota.” Você também talvez pergunte: ‘Por quê?’ Sim, por que existe tal sofrimento? Qual é a causa, e será que o Criador se preocupa com isso?

O sofrimento resulta de uma vida anterior?

No mundo todo, milhões acreditam que a raiz do sofrimento está no passado da pessoa; que o sofrimento atual é um castigo pelo que ela fez numa vida anterior. “O sofrimento humano se deve a estarmos vinculados ao carma, pois todos nós, assim que nascemos, carregamos um fardo pesado do carma passado.” Esse conceito foi expresso por Daisetz T. Suzuki, filósofo que popularizou o zen-budismo na sociedade ocidental. Os sábios hindus haviam criado “a lei do carma” na tentativa de explicar o sofrimento humano. Mas trata-se de uma explicação razoável, ou realmente satisfatória, para o sofrimento?

Certa mulher budista disse: “Eu achava que não tinha sentido ter de sofrer por causa de algo com que nasci, mas de que eu nada sabia. Eu tinha de aceitá-lo como meu destino.” Essa explicação do sofrimento não a satisfez. Talvez o mesmo se dê com você. Embora o conceito da reencarnação possa não ser comum onde você mora, ele se baseia num ensino comum em toda a cristandade e nas demais religiões — o ensino de que os humanos têm uma alma imortal que sobrevive ao corpo. Diz-se que essa “alma” está envolvida no sofrimento — quer na vida atual quer numa outra.

Tais conceitos são generalizados, mas que prova há de que são corretos? Em assuntos importantes como esse, não é mais sábio basear-se no que diz o Criador? Embora conceitos e fortes convicções de humanos possam estar equivocados, vimos que as declarações de Deus são confiáveis.

Conforme observamos no capítulo anterior, o pecado de nossos primeiros pais humanos foi responsável pela pior tragédia humana: a morte. O Criador avisou Adão: “No dia em que [desobedeceres, ou pecares,] positivamente morrerás.” (Gênesis 2:17; 3:19) Deus não fez nenhuma menção de Adão ter uma alma imortal; ele era humano. Em termos bíblicos, isso significa que ele era uma alma. Assim, quando ele morreu, a alma chamada Adão morreu. Depois disso ele não estava mais consciente nem sofria.

Nosso Criador não promove nem concorda com os ensinos do carma, dos ciclos de renascimento, ou de uma alma imortal que possa sofrer numa existência posterior. Porém, se entendermos quais são os efeitos do pecado de Adão, poderemos compreender melhor por que existe o sofrimento hoje.

Onde começou o sofrimento?

Embora seja difícil compreender o pleno alcance do sofrimento humano, usar o instrumento correto pode ser de ajuda. Assim como os binóculos nos ajudam a ver objetos distantes com mais clareza, a Bíblia nos ajuda a discernir a causa do sofrimento.

Por um lado, a Bíblia nos alerta ao fato de que “o tempo e o imprevisto” sobrevêm a todos os humanos. (Eclesiastes 9:11) Por exemplo, Jesus referiu-se a um acontecimento conhecido nos seus dias, quando uma torre desabou, matando 18 pessoas. Ele esclareceu que essas vítimas não eram pecadores piores do que outros. (Lucas 13:1-5) Elas estavam no lugar errado na hora errada. Mas a Bíblia fornece esclarecimentos adicionais, dando informações que explicam de forma satisfatória as principais causas do sofrimento. Que informações são essas?

Depois que os primeiros humanos pecaram, o divino Juiz, Jeová, determinou que eles não tinham direito de continuar a viver. No decorrer dos anos, eles passaram por muito sofrimento, até que morreram de fato. Seu sofrimento — os efeitos do envelhecimento e da doença, a luta para ganhar o sustento e o pesar de ver a família dilacerada pelo ciúme e pela violência — foi conseqüência de seus próprios atos. (Gênesis 3:16-19; 4:1-12) É importante lembrar-se que foram eles mesmos que causaram todo aquele sofrimento. Mesmo assim, como entender por que o sofrimento continua até os nossos dias?

Embora muitos não se considerem pecadores, a Bíblia coloca os fatos na perspectiva correta, dizendo: “Por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado.” (Romanos 5:12) O primeiro casal humano colheu as conseqüências de seu proceder prejudicial, mas seus descendentes também foram afetados. (Gálatas 6:7) Sua progênie herdou a imperfeição, que leva à morte. Alguns acham isso mais fácil de entender quando consideram o fato científico de que mesmo hoje os filhos podem herdar doenças ou deficiências dos pais. Isso pode acontecer com doenças como a hemofilia, talassemia (anemia mediterrânea), doenças das artérias coronárias, um tipo de diabetes e até câncer de mama. Embora os filhos não tenham culpa nenhuma, eles podem sofrer os efeitos da herança genética.

Nossos antepassados genéticos, Adão e Eva, decidiram rejeitar o modo de Jeová reger a humanidade. Como é do seu conhecimento, a História mostra que os humanos já tentaram todo tipo de regência no esforço de governar a Terra. Alguns homens e mulheres envolvidos nesses empenhos eram bem-intencionados. Todavia, como você avalia os resultados de o homem tentar governar a si mesmo? Será que a maior parte do sofrimento humano foi atenuada? De forma alguma. Ao contrário, muitas diretrizes e guerras nacionais aumentaram o sofrimento. Uns 3.000 anos atrás, um sábio governante observou: “Homem tem dominado homem para seu prejuízo.” — Eclesiastes 8:9.

Acha que a situação é bem diferente hoje, talvez melhor? A maioria responderia que não. Muitos homens, mulheres e crianças sofrem, não só por causa do pecado e da imperfeição herdados, mas em conseqüência do que eles mesmos ou outros fizeram. Pense na má administração dos recursos da Terra, muitas vezes devido à ganância. O homem é culpado, também, de causar poluição, de gerar a pobreza e de contribuir para a fome ou para as epidemias. Mesmo algumas catástrofes da natureza são provocadas pelo homem. Existe ainda outra causa principal de sofrimento que passa usualmente despercebida.

Quem está por trás do sofrimento

Um livro da Bíblia é especialmente esclarecedor, revelando-nos a causa primária do sofrimento e por que um Criador que se importa o tem permitido. Esse livro, Jó, pode esclarecer qualquer mal-entendido sobre a questão do sofrimento. Faz isso por nos transportar ao domínio invisível, onde ocorreram certos eventos de importância fundamental.

Uns 3.500 anos atrás, pouco antes de Moisés escrever os primeiros livros da Bíblia, um homem chamado Jó vivia onde hoje é a Arábia. O relato diz que Jó era reto, bondoso e respeitado. Tinha grandes riquezas em forma de gado, sendo até chamado de “o maior de todos os orientais”. Jó tinha também uma família feliz, com esposa, sete filhos e três filhas. (Jó 1:1-3; 29:7-9, 12-16) Certo dia, um mensageiro veio correndo, dizendo-lhe que parte de seus valiosos rebanhos havia sido saqueada por um bando de salteadores. Logo outro relatou a perda dos rebanhos das ovelhas. Daí os caldeus levaram seus 3.000 camelos, matando a todos os ajudantes, exceto um. Por fim veio a pior notícia. Um vento incomum devastou a casa de seu primogênito, matando todos os seus filhos que estavam reunidos ali. Diante de tal sofrimento, será que Jó culpou a Deus? Como você teria se sentido no lugar dele? — Jó 1:13-19.

As calamidades não pararam aí. Jó foi afligido por uma doença horrível, que o cobriu de furúnculos malignos. Ficou tão doente e repugnante que sua esposa culpou a Deus. “Amaldiçoa a Deus e morre!”, disse ela. Jó não sabia por que estava sofrendo, mas não culpou a Deus. Lemos: “Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios.” — Jó 2:6-10.
Ao ficarem sabendo das aflições de Jó, três conhecidos foram visitá-lo. “Onde já se viu que justos fossem exterminados?” (BJ), perguntou Elifaz, que presumiu que Jó tivesse agido com perversidade. (Jó, capítulos 4, 5) Ele acusou Jó de pecados secretos, até de negar pão aos necessitados e de ter oprimido viúvas e órfãos. (Jó, capítulos 15, 22) Os dois outros consoladores hipócritas também desprezaram Jó, como se ele fosse responsável por seus sofrimentos. Eles tinham razão? De modo algum!

O livro de Jó nos ajuda a identificar a causa básica do sofrimento desse homem e compreender por que Deus o permitiu. Os capítulos 1 e 2 nos revelam o que acabara de ocorrer nos céus invisíveis, no domínio espiritual. O espírito rebelde chamado Satanás reuniu-se com outros espíritos na presença de Deus. Ao se mencionar o proceder inculpe de Jó, Satanás desafiou: “É por nada que Jó teme a Deus? . . . Ao invés disso, estende tua mão, por favor, e toca em tudo o que ele tem e vê se não te amaldiçoará na tua própria face.” — Jó 1:9-12.

Em outras palavras, Satanás acusou Deus de subornar a Jó. Essa criatura espiritual arrogante afirmou que se Jó fosse privado de sua riqueza e de sua saúde, ele iria amaldiçoar a Jeová. Por extensão, Satanás estava afirmando que nenhum humano amaria a Deus e seria leal a Ele diante do sofrimento. Tal desafio teve um impacto global e duradouro. As questões levantadas por Satanás tinham de ser resolvidas. Assim, Deus deu a Satanás liberdade de agir contra Jó, e Satanás causou aquelas várias formas de sofrimento a Jó.

Compreensivelmente, Jó não sabia, e não tinha condições de saber, da questão universal que foi levantada nos céus. E Satanás fez as coisas de modo a parecer que Deus era o causador de todas aquelas calamidades. Por exemplo, quando um relâmpago atingiu os rebanhos de ovelhas de Jó, o ajudante que sobreviveu concluiu que era “o próprio fogo de Deus”. Embora Jó não soubesse por que aquelas coisas estavam ocorrendo, ele não amaldiçoou nem rejeitou a Jeová Deus. — Jó 1:16, 19, 21.

Se você analisar as circunstâncias por trás da experiência de Jó, verá que a questão é: Será que os humanos servirão a Jeová por amor, apesar de dificuldades? Jó ajudou a fornecer a resposta. Somente o verdadeiro amor a Deus poderia ter movido uma pessoa a permanecer fiel a Jeová, e foi isso o que Jó fez. Que bela resposta para as acusações falsas de Satanás! Essa questão, contudo, não começou e terminou com Jó; ela se tem estendido por séculos. Nós também estamos envolvidos.

Como é que muitos reagem quando vêem ou passam por sofrimento, quaisquer que sejam as causas? Eles talvez desconheçam as questões levantadas nos dias de Jó, ou talvez nem acreditem que Satanás existe. Assim, muitas vezes duvidam da existência do Criador, ou culpam-no pelo sofrimento. Qual é a sua opinião a respeito? Do que sabe sobre o Criador, não concorda com o escritor bíblico Tiago? Apesar do sofrimento, ele tinha a seguinte convicção: “Quando posto à prova, ninguém diga: ‘Estou sendo provado por Deus.’ Pois, por coisas más, Deus não pode ser provado, nem prova ele a alguém.” — Tiago 1:13.

Temos uma valiosa ajuda para obter um conceito sábio. Esta ajuda consiste em considerar o exemplo de Jesus. Sabemos que Jesus é reconhecido por sua perspicácia, conhecimento e habilidade como instrutor. Qual era seu conceito sobre Satanás e o sofrimento? Jesus tinha certeza de que Satanás, o Diabo, tanto existe como pode causar o sofrimento. Satanás, que tentou quebrar a integridade de Jó, tentou fazer o mesmo com Jesus abertamente. Além de provar que Satanás existe, isso mostra que o desafio lançado nos dias de Jó ainda vigorava. Como Jó, Jesus provou-se fiel ao Criador, não se deixando seduzir por riquezas e poder, embora isso lhe causasse sofrimento físico e morte numa estaca de tortura. O caso de Jesus mostra que Deus ainda estava permitindo que humanos demonstrassem sua lealdade a Ele apesar dos problemas. — Lucas 4:1-13; 8:27-34; 11:14-22; João 19:1-30.

Por que se deu tempo ao tempo

Para entendermos o sofrimento, temos de reconhecer suas causas: acidentes, tendências humanas pecaminosas, a má administração dos recursos da Terra pelo homem, e Satanás, o Diabo. Contudo, não basta saber o que está por trás do sofrimento. Quando alguém é afligido, é fácil sentir-se como Habacuque, um profeta da antiguidade, quando disse: “Até quando, ó Jeová, terei de clamar por ajuda e tu não ouvirás? Até quando clamarei a ti por socorro contra a violência e tu não salvarás? Por que me fazes ver o que é prejudicial e continuas a olhar para a mera desgraça? E por que há assolação e violência diante de mim, e por que vem a haver altercação, e por que se sustenta contenda?” (Habacuque 1:2, 3) Sim, por que Jeová ‘continua a olhar para a desgraça’ sem parecer agir? Sendo o Todo-Poderoso, ele tem o poder e o amor à justiça necessários para acabar com o sofrimento. Assim, quando fará isso?

Conforme mencionado anteriormente, quando o primeiro casal humano escolheu a independência total, o Criador estava certo de que alguns de seus descendentes agiriam de forma diferente. Jeová sabiamente deu tempo ao tempo. Por quê? Para provar que o domínio sem o Criador só traz infelicidade, ao passo que viver em harmonia com o que Ele requer é correto e traz felicidade.

No ínterim, Deus tem mantido a Terra como um lugar razoavelmente agradável. O apóstolo Paulo arrazoou: “Ele permitiu, nas gerações passadas, que todas as nações andassem nos seus próprios caminhos, embora, deveras, não se deixou sem testemunho, por fazer o bem, dando-vos chuvas do céu e estações frutíferas, enchendo os vossos corações plenamente de alimento e de bom ânimo.” (Atos 14:16, 17) Evidentemente, o Criador não causa o sofrimento, mas o tem permitido para resolver questões de importância vital.

Quando virá o alívio?

Na realidade, o fato de o sofrimento estar aumentando mostra que se aproxima o tempo de ele ser eliminado. Por que se pode dizer isso? A Bíblia revela o que aconteceu no domínio invisível nos dias de Jó, e faz o mesmo a respeito de nossos dias. Seu último livro, Apocalipse, ou Revelação, enfoca um conflito que ocorreu nos céus. Qual foi o resultado? Satanás “foi lançado para baixo, à terra”, com suas hordas demoníacas. “Por esta razão”, continua esse livro da Bíblia, “regozijai-vos, ó céus, e vós os que neles residis! Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período”. — Revelação 12:7-12.

Uma consideração detalhada de profecias bíblicas indica que tal evento ocorreu neste século. Como talvez saiba, historiadores respeitados reconhecem que o ano de 1914 marcou um grande ponto de virada na História, com o início da Primeira Guerra Mundial. Desde então, o sofrimento e as aflições na Terra aumentaram. Jesus apontou para esse mesmo período quando seus discípulos achegados lhe perguntaram sobre “o sinal da [sua] presença e da terminação do sistema de coisas”. Ele disse: “Nação se levantará contra nação e reino contra reino; e haverá grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências e escassez de víveres; e haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do céu.” (Mateus 24:3-14; Lucas 21:5-19) Essas palavras, que indicam grande sofrimento, estão tendo um cumprimento completo, pela primeira vez na História.

A Bíblia diz que tais eventos são um prelúdio da “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. (Mateus 24:21) Essa será a intervenção decisiva de Deus nos assuntos humanos. Ele agirá para pôr fim à atual ordem de coisas perversa, que tem causado sofrimento por tanto tempo. Mas isso não significará o ‘fim do mundo’ por meio dum holocausto nuclear que irá destruir a humanidade. A Palavra de Deus nos assegura que haverá sobreviventes. “Uma grande multidão . . . de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”, sairá viva dessa tribulação. — Revelação 7:9-15.

Para ter um quadro completo, considere o que a Bíblia diz que se seguirá. Restaurar-se-á o lar paradísico da humanidade, conforme era o propósito original de Deus. (Lucas 23:43) Todos terão um lugar para morar. Isaías escreveu: “‘Hão de construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. . . . Porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore; e meus escolhidos usufruirão plenamente o trabalho das suas próprias mãos. Não labutarão em vão, nem darão à luz para perturbação; porque são a descendência composta dos abençoados por Jeová, e seus descendentes com eles. . . . O lobo e o cordeirinho é que pastarão como se fossem um, e o leão comerá palha como o touro . . . Não farão dano nem causarão ruína em todo o meu santo monte’, disse Jeová.” — Isaías 65:21-25.

E o sofrimento pessoal? Não haverá mais guerra, violência nem crime. (Salmo 46:8, 9; Provérbios 2:22; Isaías 2:4) O Criador do homem e Dador da Vida ajudará os humanos obedientes a adquirir e usufruir a plena saúde. (Isaías 25:8; 33:24) Não haverá mais fome, pois restaurar-se-á o equilíbrio ecológico da Terra, e ela produzirá em abundância. (Salmo 72:16) De fato, as causas de sofrimento que hoje vemos serão coisas do passado. — Isaías 14:7.

Essas certamente são as melhores notícias. Todavia, alguns talvez achem que mesmo assim faltariam duas coisas para que a felicidade fosse completa. As bênçãos de uma vida assim seriam limitadas se a pessoa tivesse de morrer depois de apenas 70 ou 80 anos. E não se sentiria ela triste de pensar nas pessoas queridas que talvez tenham morrido antes de o Criador ter eliminado o sofrimento humano? Qual é a solução para isso?

Desfazendo o pior sofrimento

O Criador tem a solução. Ele produziu o Universo e a vida humana aqui na Terra. Ele pode realizar o que está além da capacidade humana, ou o que os humanos estão só começando a perceber que é possível. Veja apenas dois exemplos disso.

Temos o potencial de viver para sempre.

A Bíblia apresenta claramente a perspectiva de recebermos vida eterna da parte de Deus. (João 3:16; 17:3) Depois de estudar os genes em células humanas, o Dr. Michael Fossel disse que a qualidade das células reprodutoras masculinas não se deteriora com a idade. “Os genes que já possuímos, expressos de modo correto, podem impedir que as nossas células envelheçam.” Isso se harmoniza com o que vimos no capítulo 4, que na vida atual não usamos nem uma ínfima parte da capacidade do cérebro, que parece ter sido projetado para funcionar infindavelmente. Trata-se naturalmente de apenas alguns detalhes suplementares ao que a Bíblia diz diretamente — Jeová tornará possível que vivamos para sempre sem sofrimento. Note o que ele promete no último livro da Bíblia: “[Deus] enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor.” — Revelação 21:4.
O Criador tem a capacidade de ajudar alguém que sofreu e morreu — trazendo-o de volta à vida por meio da ressurreição.

Lázaro foi um dos que foram ressuscitados. (João 11:17-45; veja as páginas 158-60.) O professor Donald MacKay usou a ilustração de um arquivo de computador. Ele escreveu que a destruição de um computador não necessariamente significa o fim permanente de uma equação ou de um programa armazenado nele. A mesma equação ou programa pode ser colocado em outro computador e ser utilizado ali, “se o matemático assim desejar”. O professor MacKay continuou: “A ciência mecanística do cérebro não parece assim colocar nenhuma objeção à esperança de vida eterna expressa na [Bíblia], com sua característica ênfase na ‘ressurreição.’ ” Se um humano morreu, o Criador tem condições de mais tarde trazê-lo de volta à vida, como fez com Jesus e como Jesus fez com Lázaro. MacKay concluiu que a morte de uma pessoa não seria nenhuma barreira a ela ser trazida de volta à vida num novo corpo, “se o Criador assim desejar”.

Sim, a solução derradeira está com o nosso Criador. Somente Ele pode eliminar totalmente o sofrimento, reverter os efeitos do pecado e acabar com a morte. Jesus Cristo falou a seus discípulos sobre um notável acontecimento ainda futuro. Ele disse: “Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão.” — João 5:28, 29.

Imagine! O Soberano Governante do Universo não só tem a disposição, mas também a capacidade, de trazer de volta à vida os que ele tem em sua memória. Eles receberão a oportunidade de se provar dignos de receber a “verdadeira vida”. — 1 Timóteo 6:19; Atos 24:15.

Mas, será que se exige de nós algo agora, enquanto aguardamos o alívio total do sofrimento humano? Em caso afirmativo, poderia isso tornar a nossa vida atual ainda mais significativa? Vejamos.